Já aconteceu de você ir até uma linda árvore a procura de algum fruto e, infelizmente, se decepcionar? Não encontrou nada. Eu já, várias vezes. Isso de fato é bem frustrante. Por isso, todas as vezes que meditava na passagem que fala da figueira amaldiçoada sempre focava no problema de ela não ter fruto. Entretanto, na última vez saltou aos meus olhos um fato: Jesus tem fome.

Logo, refleti sobre essa questão e percebi o quão indispensável é compreender esse fato e, por isso, decidi compartilhar essa reflexão através deste post.
O mais importante
A partir de agora acredito que o entendimento mais importante para a vida de um ser humano é o de que Jesus tem fome. E, por isso, Ele está sempre à procura de “algo” para comer. Na realidade, existe um pomar com bilhões de espécies onde procura um fruto para “saciar sua fome”.
Em Marcos 11:12 e 13, por exemplo, há o relato de um dos momentos de fome do Mestre. E nessa passagem, Ele vai até uma árvore, a figueira, para procurar um fruto que saciasse sua fome.
Aqui, vale compreender a dinâmica de uma árvore. Se observá-la perceberá que ela perderá suas folhas em períodos específicos. Isso ocorre no inverno, por exemplo, em que a incidência solar não é tão intensa como no verão. Mas assim que as estações vão mudando e o verão se aproxima as folhas começam a aparecer como um prenúncio de vida e de que logo haverá fruto.
As folhas, entretanto, não são os frutos, mas contribuem de alguma forma para o desenvolvimento deles. Podemos dizer que as folhas são sinalizadores, elas sinalizam os nossos feitos para o Senhor e apontam para onde deve haver fruto.
Ser tanto quanto fazer
Em relação aos sinalizadores entendi que é necessário ter cuidado, uma vez que eles guardam uma ressalva: o muito fazer não significa ser. Por isso, gosto de me apoiar no que Jesus diz.
Sobre os sinais Jesus disse: “Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados” (Marcos 16: 17 e 18). Ou seja, os sinais são as obras, o que por via de regra, são indispensáveis para o desenvolvimento da igreja do senhor.
A cautela
Entretanto, existe aqui um ponto crucial, que acaba sendo a pedra que faz o cavalo cair. As mesmas folhas que auxiliam o desenvolvimento da igreja remetem à beleza, imponência, vivacidade,… E, por isso, acabam sendo supervalorizadas tornando-se, muita das vezes, o alvo principal, mesmo que sem intenção.
Ou seja, existe um ponto de cautela que deve ser observado. Há a necessidade de um ponto de equilíbrio. Jesus preveniu sobre isso de diversas formas. E, uma das que mais gosto, está no relato da maneira que Ele advertiu Marta e apontou para Maria como quem estava no caminho certo – como quem estabeleceu corretamente suas prioridades.
Nessa passagem eu percebi que enquanto Marta dedicava-se apenas às obras (ao fazer constante), Maria dedicava-se àquilo que, de fato, produzia o fruto, portanto seu foco estava no fruto mais do que nos sinais de que havia fruto.
Para ser sincera, acredito que seja muito comum, apesar de frustrante, hora pender mais a ser Marta e hora a ser Maria. Mas o importante é ter a ciência de que corrigir a rota é indispensável. Pois a rotina atual contribui para acionar o piloto automático e deixar seguir viagem. Por isso, a necessidade de monitoramento nesse sentido.
Guias cegos
Se a essa altura você foi curioso e leu a passagem de Marta e Maria deve ter notado que Marta estava convencida de que estava certa. Também acreditava ter razão quando estava muito preocupada apenas com o fazer. O que só mostra que nem sempre é por mal. Quando não entendia agia como os guias cegos, além de me afundar acaba levando outros que terminavam no mesmo caminho.
Graças a Deus pude entender, pois do contrário, passaria a vida pensando que estava fazendo o que é correto quando, na verdade, tudo o que iria possuir seriam as folhas.
Tal cenário, é entristecedor, por que esse fim não é dos melhores. Note: os mesmo sinais que acompanham os que creem, não valem nada para os que não possuem o que, de fato, importa: “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal!” (Mateus 7: 22 e 32).
Ou seja, nossas obras/sinais não promovem a real transformação de caráter que somente os pés de Jesus são capazes de promover. E como disse João Batista: Ele é quem batiza com o Espírito Santo.
O importante é que o Espírito Santo é quem possui o Fruto que sacia a fome de Jesus –lembrando aqui que “Jesus tem fome”. Assim, quando Jesus for procurar o fruto da alegria, Ele encontrará, quando quiser provar o fruto da paz, ali está, o da perseverança também e “sua fome será saciada”.
Conclusão
Enquanto folhas são notadas de muito longe, os frutos são vistos pelos que mais próximo da árvore estão. O fulano do outro Estado pode saber que uma pessoa é um exímio evangelista, por exemplo. Porém, são os pais, maridos, filhos e amigos muito próximos que saberão se ele explode de raiva diante de determinado comentário ou se naquele momento entrega o fruto da paz, da longanimidade… Jesus saboreia nossos frutos através das pessoas de nossos relacionamentos próximos. Essa é uma das formas.
O extenso pomar do Senhor conta com mais de 8 bilhões de pessoas e aqui vale uma linda observação: Ele é o fiel cuidador da vinha e não desiste de nós. Basta reconhecermos que Ele rogou pela figueira estéril, é o que diz em Lucas 13: 8 e 9.
A misericórdia de Jesus é demonstrada através do zelo daquele cuidador e sua disposição em tratar até mesmo a árvore menos frutífera que existia, ou melhor, a estéril. Portanto não existe esterilidade que Ele não resolva, mas é necessário aceitar ser submetido a um processo. Pois foi rogado pelo prazo de um ano a fim de que o problema daquela figueira fosse solucionado. Ou seja, transformações profundas não são da noite para o dia.
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15: 5)
Veja sobre transformações profundas na série Processos De Deus:
Deixe um comentário